O Brasil não é um peru com farofa para investidores
02/03/13 09:29O Brasil ainda é atraente, mas está a anos-luz longe de ser um peru com farofa para os investidores internacionais. Estava ontem em Londres, um dos melhores lugares do mundo para observar como o capital internacional enxerga o Brasil, justamente no momento em que o IBGE divulgou o pibinho de 0,9%.
A ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, participavam de um seminário sobre o programa de concessões para 300 empresários e executivos de bancos, fundos de investimento e companhias de infraestrutura. (aqui a reportagem da Folha sobre o assunto.)
Gleisi bateu várias vezes na tecla de que o Brasil é um país com segurança jurídica, que cumpre contratos e que estimula a entrada de capital externo.
O discurso da ministra foi uma tentativa de “reciclar” a imagem do país junto a investidores e recuperar um pouco da aura de destino seguro e lucrativo. Guido Mantega já havia feito um giro muito parecido no ano passado, quando se reuniu com investidores em Londres e em Paris.
O país continua sendo um dos maiores mercados consumidores em expansão no mundo, com uma demanda gigantesca por infraestrutura e serviços e estabilidade democrática, mas perdeu a aura de oásis onde a crise internacional chegava na forma de “marolinha”.
Nos últimos anos, o crescimento baixo do PIB, a não renovação automática das concessoes do setor elétrico ou a intervenção do governo na Petrobras suscitaram muitas críticas e fizeram desbotar a famosa capa da revista britânica “The Economist”, que retratou o país com a imagem de um Cristo Redentor decolando como um foguete.
Há percepções distintas sobre o governo Dilma Rousseff, conforme o ramo de atividade de quem estava no seminário de ontem. A grita é maior no mercado financeiro do que no setor de infraestrutura.
De um analista de um grande banco europeu, que pediu para não ter o nome divulgado, sobre a insistência de Gleisi Hoffmann em frisar a segurança jurídica no Brasil. “Quando você é fiel a sua mulher, você não precisa ficar o tempo todo dizendo isso. Se precisa ficar dizendo é porque tem algo errado”, comparou.
Ele prosseguiu com o raciocínio: “Tecnicamente o Brasil não quebrou nenhum contrato ao obrigar as empresas do setor elétrico a reduzir seu lucro para renovar concessões, mas surpreendeu todo mundo. Houve também a intervenção nos juros, com a Caixa e o BB, ou a política de segurar preços dos combustíveis. O que a gente se pergunta é qual é a próxima surpresa”.
No corredor do elegante hotel Landmark, durante o coffee break, um executivo brasileiro que trabalha em um banco de investimentos sediado em Nova York explicava a um interlocutor suas inquietações: “Quando o banco põe dinheiro no Brasil ou em qualquer lugar, não importa qual é o pacote (onde se vai investir), a única coisa o que ele quer é o dinheiro de volta e lucro depois”.
O mantra dos banqueiros contra o intervencionismo do governo não encontra eco entre as empresas que lidam diretamente com infraestrutura, como empreiteiras e fornecedores de equipamentos para empresas de petróleo e enegia.
Rafael Bovani, executivo da empresa inglesa Cargostore (óleo e gás), diz que Dilma tem uma boa imagem junto ao empresariado britânico, mas a bucrocracia do país é um entrave concreto.
“O que assusta muito é a produtividade do Brasil. Tudo para se fazer no Brasil é muito difícil, a mão de obra é complicada. O que você faz com um trabalhador aqui, no Brasil você precisa de cinco. Isso é o pior do país”, diz.
Mauricio Endo, da gigante global de consultoria KPMG, diz que houve uma guinada na maneira como o governo federal passou a lidar com o capital privado.
Segundo ele, a abertura do Brasil a investimentos internacionais, com uma estrutura de financiamento própria (BNDES), pode ser uma boa resposta ao déficit de portos, aeroportos, estradas e ferrovias do país.
“Houve uma quebra de paradigma do governo do PT com relação a questão das concessões, de atrair o capital privado para investir. Isso é importante porque antes eram os Estados que estavam liderando essa agenda e o governo federal estava um pouco refratário”, disse.
“O governo mostrou as caras e abriu o país para esse tipo de investimento e isso tem um impacto muito maior do que, por exemplo, o Estado de São Paulo vir aqui e falar sobre investimentos no estado”, declarou.
A falha gritante do Brasil é a falta de visão sobre como trabalhar corretamente com a pobreza. Simplesmente distribuir renda pelo bolsa família e criar estatística de carteira assinada por aumento do funcionalismo público cria um círculo vicioso estático de progresso social, e enorme gama de mão de obra ociosa, que em nada contribui com a dinâmica da produção. O país já perdeu a valiosa oportunidade de distribuir renda concretamente através da aplicação em infra-estrutura, principalmente em saneamento básico. Teríamos milhares (ou milhões) de empregos verdadeiros e duradouros. Resta-nos tão-somente torcer para que o Brasil abra os olhos e, ao chegar na bifurcação que em breve se deparará, siga o caminho correto, utilizando-se da faculdade que as pessoas têm de analisar as coisas adequadamente.
Análises idiotas que não devem ser levadas à sério… simples: que o mercado financeiro vá investir na Rússia ou na Ìndia… deixe o Brasil… ( a reclamação dá-se porque querem a segurança jurídica para lucrarem mais e mais… pensem no que o FMI fez com a Argentina…)
Vamos falar a verdade: quem ajudou a salvar o primeiro mundo na mais recente crise mundial? O Brasil, com seus preços inflados de automóveis, pedágios, juros estratoféricos, tudo para o bem estar dos nossos irmãos mais ricos. Basta ver os bilhões que as indústrias automobilísticas mandaram nos últimos anos para suas matrizes, para concluir que choram de barriga cheia. Querem mais o quê do Brasil? Nosso sangue?
O que deve assustar mesmo são os atuais Ministros que são muito fraquinhos, inexpressivos até e não conseguem transmitir confiança aos investidores. Ainda permeia no atual governo a idéia de que o país é auto-suficiente em tudo, daí o fato de não termos conseguido nenhum acordo comercial de peso até porque o Mercosul é um peso morto que insistimos em carregar.
O ilustre articulista terminou sua materia destacando a saariana falta de infra-estrutura do pais,quando ela simboliza a falta de comando, dominado pelo corporativismo partidario que esta acima dos interesses da nacao. A oposicao tentou inutilmente, fazer uma sindicancia naquela que era a maior empresa do pais, na epoca presidida por um sindicalista imcompetete que teve que sair pelas portas do fundo e entrar na penumbra sem responder pela sua improbridade, deixando os investidores com suas acoes no vermelho.
O que nao suporto eh ficar lendo todo dia que o Lula eh estadista e Dilma gestora competente. O seu saldo ate agora eh um pibinho ridiculo, quase negativo, e um rosario de ministros demitidos pela midia por escandalos tambem nunca punidos. Como posso gostar de ser brasileiro?Por incrivel ironia, ontem, aqui em Londres, citado pelo articulista, assisti pela TV, o secretario de energia do governo Cameron, sair algemado do Tribunal direto para a cadeia, por passar os pontos da carteira de motorista para sua esposa, que tambem foi condenada e presa.