“Meio-homem, meio-porco”: inferno de DSK é um bom negócio
26/02/13 07:42Dominique Strauss-Kahn é uma espécie de Sherman McCoy da vida real. Como o protagonista de “Fogueira das Vaidades”, obra-prima de Tom Wolfe, DSK tinha tudo – absolutamente tudo – e viu seu mundo desmoronar repentinamente.
Casado com uma milionária, o diretor-presidente do FMI seria possivelmente o candidato do Partido Socialista na eleição francesa de 2011.
Se a vida de Sherman McCoy começou a se desmantelar após um atropelamento acidental, a virada dramática de DSK começou em um quarto de hotel em Nova York, cenário de uma suposta tentativa de estupro de uma camareira. A acusação criminal foi arquivada, mas um acordo financeiro fechado em dezembro pôs fim ao processo civil.
Como é de conhecimento público, ele perdeu a mulher e renunciou ao cargo no FMI por causa do escândalo. O sonho da candidatura presidencial virou fumaça (eleição vencida, aliás, pelo colega de partido François Hollande). DSK é atualmente investigado por supostas ligações com uma rede de prostituição no norte da França.
Noves fora, o inferno de DSK continua rendendo bons negócios. Atende agora pelo nome de Marcela Iacub, advogada nascida na Argentina e radicada na França que resolveu por, no papel, de forma romanceada, o caso que ela teve com uma criatura descrita como “meio-homem, meio-porco”.
O nome do ex-diretor-presidente do FMI não aparece em nenhum trecho da obra “A Bela e a Fera”, mas a identidade desta última – descrita ainda como “machista e vulgar” – não é mistério para ninguém.
À revista “Le Nouvel Observateur” Iacub confirmou que se trata de DSK, com quem ela teve um romance durante sete meses no ano passado. Iacub diz que foi fiel aos lugares e episódios, mas teve de recorrer à ficção para descrever as cenas sexuais. Neste trecho (em francês), ela discorre sobre as qualidades do porco: “maravilhoso” enquanto “poeta da abjeção e da sujeira”. Elogio estranho.
Em um tributo ao gosto duvidoso, a capa do livro é ilustrada com um par de sapatos de salto – que simboliza Iacub – ao lado de um leitãozinho, que é DSK, obviamente.
Numa carta a um dos fundadores de “Le Nouvel Observateur”, Strauss-Kahn transpira indignação com Iacub “que seduz para escrever um livro, usando sentimentos amorosos para depois explorá-los financeiramente”. Chamou o livro de “desprezível e mentiroso”.
O livro deve chegar às livrarias nesta quarta, exceto se DSK conseguir evitar. Ele foi aos tribunais contra a obra alegando violação da sua vida privada. A audiência está em curso.
PS: Por falar em personagens que frequentam o noticiário por causa de aventuras sexuais, a coligação liderada pelo ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi deverá ficar com a maioria das cadeiras no Senado italiano.
…essa doutorinha…tah querendo…eh entrar no mapa…saca.!!