Manifestação reúne centenas de malineses em Paris
19/01/13 13:14Sob uma neve fina e gritando palavras de ordem pela liberação de Mali, centenas de manifestantes fizeram uma passeata um ato público, em Paris, na tarde deste sábado.
A manifestação foi convocada por três grupos de ativistas que apoiam a intervenção militar da França para tentar expulsar grupos de radicais islâmicos do norte da ex-colônia francesa no oeste da África.
No norte de Mali, combatentes ligados à Al-Qaeda – muitos deles veteranos de guerras em outros países – dominam uma faixa desértica de mais de 500 mil km2, território equivalente ao do estado da Bahia. Separatistas tuaregues, habitantes tradicionais do deserto do Saara, também dominam um pedaço do território malinês.
“Nós estamos esperançosos que a França nos ajude a recuperar a integridade do nosso país, ajudando-nos a nos livrarmos desse fenômeno que se diz muçulmano, mas que se financia com o tráfico de drogas no norte do país”, disse o cantor malinês Mussa Bamba, 38, à Folha.
Os manifestantes empunhavam bandeiras da França e de Mali e ostentavam cartazes condenando a aplicação da “sharia”, a lei islâmica no norte do país. Eles cantaram o hino nacional do país e gritavam agradecimentos à França.
O ato reuniu entre 300 e 500 pessoas, segundo a polícia ou os organizadores.
“Os grupos terroristas que tomaram conta do Mali não são apenas um problema do Mali. Nós herdamos terroristas que vieram de outros países e não integram a nossa cultura”, disse o confeiteiro Ladi Sako, 60, que vive desde 1971 em Paris.
A polícia montou um forte esquema de segurança, com agentes da tropa antidistúrbios, e ergueu barricadas para isolar a embaixada de Mali, que fica na rua do Cherche-Midi, no 6º distrito, um dos mais elegantes da capital francesa.
Sem poder chegar à representação diplomática, os ativistas acabaram concentrados em frente à casa do ator Gérard Depardieu, a 30 metros da embaixada.
A França é um cadinho de culturas africanas, praticamente não tem como ignorar situações como essa do Mali. Preço a pagar por sua expansão imperialista de outros tempos.